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Património Edificado
Património Edificado

Igreja de Nossa Senhora dos Anjos

A Igreja de Nossa Senhora dos Anjos, de estilo renascentista, é uma construção de finais do século XVI (talvez 1598), possuindo Adro e Casa do Ermitão.

A Casa do Ermitão tem auto de arrematação de construção de 1667, a capela-mor e sacristia, bem como o gradeamento das janelas do lado sul, de 1674. Entre a data do compromisso da Confraria de Nossa Senhora dos Anjos (1729) e o final do século XVIII, foi construído o retábulo do altar-mor e emoldurados os janelões da frontaria e as janelas da fachada sul. Os temporais e as cheias de 1883 deixaram a Capela isolada durante meses e causaram grande destruição, demorando cerca de vinte anos a sua reabilitação. Em 1910 é deliberada a construção do campanário e em 1914, época de grande hostilidade à igreja, a ação da Confraria de Nossa Senhora dos Anjos é limitada. Depois de 1940, com o número de Confrades mais baixo de sempre, a criação de novos Estatutos bem como a instituição canónica da Confraria promovem e intensificam o culto a Nossa Senhora dos Anjos. 

O templo é de uma só nave, com galilé a sustentar o coro alto sobre a entrada e arco de pedra, da época de construção, na parede frontal onde se abre um janelão. Outro arco, menor e mais recente, na parede sul, é igualmente em pedra, ambos fechados com portões de ferro. Iluminando o interior da capela, também na parede sul, duas janelas do fim do século XVIII emolduradas a cantaria trabalhada foram enriquecidas, em 1963, com um belo conjunto de vitrais da autoria do vitralista Mário Costa representando a Senhora dos Anjos, São Francisco e Santa Clara. As cantarias, em calcário branco, das portas que dão acesso à Sacristia e à casa do Despacho são de traça artística do século XVIII.

A capela-mor, de 1674, possui abóbada de berço decorada com o símbolo mariano. O retábulo é em madeira com trono de colunas estriadas a azul e ouro do século XVIII. Separando a nave da capela-mor, um arco cruzeiro em mármore rosa com pedestais e capitéis de ordem toscana em mármore preto-azeviche e rematado por coroa de alabastro em relevo. O púlpito, belo exemplar do século XVII, é de laje quadrada e base em mármore vermelho, emoldurada com ornatos artísticos.

A construção da igreja explica-se na lenda… Andando um pastor com o seu rebanho, perto do local onde o rio dos Mouros se junta ao rio Grande, viu uma imagem de Nossa Senhora com o Menino nos braços em cima de uma figueira. O povo acorreu e levou a imagem para a Igreja do Castelo. No dia seguinte, quando voltaram à igreja, a imagem tinha desaparecido. Procurando-a, encontram-na de novo em cima da tal figueira. Entendeu o povo que era vontade da senhora permanecer naquele local e logo ali lhe construíram uma capela, junto a uma figueira que ainda hoje lá se pode ver.